terça-feira, 7 de junho de 2011

O Ocho que é siete...

Aiiiiiiiiiiiiiiiii! Sábadão, Maridão, Namorão, sem filhão, que tal um restaurantão novão?... Salvador, de caju em caju, inaugura coisas legais. Como disse no post do review do Piola, algo no meio do Rio Vermelho, dentro de uma pirâmide, claro, chama minha atenção!!
Meu cumpadre Lucas Pinto, cujo estomago me pertence, mandou a notícia da inauguração de uma cevicheria na soteropolis, a Ocho, no lugar onde funcionava o Tom do Sabor. E minha dentistra-prima-corredora-hightech Inessa, foi conferir o lugar e aprovou. O Peru tá na moda (frase de duplissimo sentido, eu sei) E o ceviche é a bola da vez. De LA a NYC pipocam cevicherias, não seria diferente aqui (não obstante Maceió, ali do lado, ter o maravilhos Wachako há anos - que embarcou na moda das cebicherias e abriu o El brujo).
Entonces, eu, DD. Marido e Dalila fomos ver qual era a de mesmo do chef Marcelo Fujita (Piola, Mariposa e Joia) que fez até o governador Jaques Wagner e a primeira-dama irem ao soft opening.
A casa tem uma decoração impecável, com dois ambientes, um mais simples, do lado de um jardim de inverno, e outro mais elaborado, que mistura livros nas prateleiras laterais com artigos e elementos do Peru, e uma atendimento muitoooo bom. Nota 10, inclusive, por ser colado com o estacionamento!
No Peru, como os peruanos, fui de pisco sour (por favor, desfaçam a careta ao ler clara de ovo na composição do drink) e estava divino!!!!!!! Tomei uns dois ou três, porque perdi a conta....rs Vale cada centavinho. Gutão ficou na cerveja mesmo (ele anda numa fase etílica de cerva que só Santo Lúpulo entende. Reclamou da  falta de opções das brejas, inclusive, de alguma do país inspiração do Ocho)
Pedimos de, entrada, o menu degustação de ceviches e as vieiras com camarão gratinadas.

 Esta última, confesso veio fria por dentro, e como é para comer em três garfadinhas nem dava para esquentar. Além disso, confesso, não sou fã da mistura frutos do mar com queijo, então, de fato, não me empolgou.




O trio de ceviches do menu degustação mandou melhor e fez Dalila tocar flautita peruana!! O primeiro, tradicional, perfeito na acidez, nos cubos de peixe, na quantidade de cebola rocha. Excelente, palmas para o leche de tigre. O segundo, de atum, me entusiasmou também, mais para o adocicado, surpreende depois do tradicional. O terceiro, de frutos do mar, é bom. E só. Não é divino, nem maravilhoso. É bom, gostosinho. Não sei se o paladar estava impregnado dos dois primeiros, mas achei que poderia ter mais limão ou cebola. O toque da pimenta de biquinho ajudou a não reprová-lo


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Guto saiu de casa querendo comer carne (pra variar), e eu preocupada porque em uma cevicheria a última coisa que pensei é que acharia algo legal pro meu carnívoro. Mas o cardápio, apesar de privilegiar os frutos do mar e os peixes (dãnnn, claro!, peruano, lembra?), tinha algumas opções legais para carnívoros (vou voltar pra comer o carré de cordeiro e os espetinhos peruanos). Então ele foi de filé com uma batata gratinada e eu fui de arroz com frutos do mar na wok.
Os pratos são satisfatórios em tamanho, mas meu arroz, uma decepção com cara de llama. Eu não esperava um risoto, obviamente. Esperava algo próximo do antigo arroz yakimeshi do Beni Gan, feito ali na chapa, na hora),  mas meu prato estava mais para um sobronté de onté de restaurante chinês que para prato feito na hora. Os peixess estavam overcooked, então esbagaçaram, o gengibre, que deveria (no meu modesto paladar) realçar o arroz predominava e não deixava sentir o gosto de mais nada, enfim, ficou meio maçaroca mesmo, com extaos quatro camarões e poucos outros frutos do mar. Não gostei, confesso.


Em compensação, vai entender a vida, o filé de Guto estava simplesmente p-e-r-f-e-i-t-o. Selado crocante por fora, macio e suculento por dentro, sal no ponto, com um azeitinho temperado com aji panca, muito bom! E acompanhava uma bendita batata, que pelo amor de Deus!! O que era aquilo? Uma bomba de serotonina era explodida a cada garfada do bendito carboidrato! DIVINA. Terminou que DD. Marido, com pena, trocou de prato, de tanto que eu revirava os olhinhos a cada garfada do prato dele.
Na verdade, pensei que fosse encontrar mais pratos peruanos, como o ajiaco, por exemplo. Vai ver foi isso.
Vencidos os principais, vamos ao que interessa às lombrigas: A SOBREMESA! Não sei porque não segui a indicação do garçom e pedi o pudim de tapioca. Cai na velha lorota do chocolate. Desta vez, fui enganada pela descrição de uma torta crocante de chocolate que, em verdade, estava mais para muffin fofinho. Não estelionate Dalila, não prometa a ela uma coisa crocante e mande outra macia, pode ser chocolate belga, ela não aceita!!! Ela se prepara (e a mim) psicologicamente para crocância, é crocância, amigo, não é maciez! Então, nesse ponto, minha torta deixou a desejar. E, pior, o sorvete de creme estava péssimo, capelinha de coco ficaria melhor (pouco cremoso, meio aguardo, com uma essência baunilha-sol-amarela-10).

 
Em compensação, a sobremesa de Guto (2x0) estava pra lá de Bagdá, digo, de Lima de tão gostosa. Ele, como bom mineiro, depois da carrrrrrrrne, queria docedeleite. E achou! Dentro de uma taboca (isso mesmo, dessas que vendem na esquina), bem cocrante, um monte de doce de leite (ainda que acompanhandos do insosso sorvete de creme). Matei minha vontade de comer crocante um docinho e sai feliz, mas não satisfeita, do Ocho, que está mais para nota siete do que qualquer outra coisa.
Beijocas




Chocolateando por aí ou Para Gabriela Junqueira espantar o frio.

Minha sobrinha Gabriela faz faculdade no sul de Minas e toda vez que lê o blog não sabe se me odeia ou me ama. Me ama, por diverti-la, né Gabi? Me odeia, porque, invariavelmente, ela vai ler, vai ver as fotos, mas vai terminar a noite na sarjeta da cozinha, isto é, comendo um nissan miojo da vida republicana.
Foi pensando nela, e por livre e espontanea pressão das amigas que experimetaram um chocolate quente made by myself,  que resolvi mandar a super-secreta receita do bendito ouro negro quente. Anotem:

CHOCOLATE QUENTE
1 litro de leite integral
3 col. (sopa) de amido de milho
1 barra de chocolate amargo ou meio amargo
3 col. (sopa) de açúcar
100g de cacau em pó

Preparo:
Ponha o leite (tire meio copo para dissolver o amido antes)  com a barra de chocolate picada em uma panela e leve ao fogo médio, mexendo para não pegar no fundo. Adicione o açúcar e o cacau em pó e vá mexendo até ele ficar um ouro negro encorpado (não muito grosso), chega a ferver de borbulhar não, viu, gente? Depois é só servir e tomar (cuidado para não queimar a língua).

Isso mesmo, acabou a receita. Não tem ciência alguma. Passeando pela Soteropólis descobri o chocolate quente da Abuela Goye, d-i-v-i-n-o. Ou como diz o lema deles: El alma del chocolate. Sem dúvida a melhor opção de Salvador (Milque, sabor muito forte de amendoim, provavelmente por ter sido cozido demais; Belle´s, doce demais), à frente da Koppenhaguen e Deli&Cia, meu segundo e terceiro lugares. Olha só o que sobrou:
Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm, com uma empanada vinda diretamente de los pampas argentinos (tudo na franquia da Abuela vem direto da fábrica, do alfajor ao sorevte) afeeeeeeeee! Deu água na boca! Gabi, foi mal!
bjos

O Azeite Doce que não é de Dona Conceição.

Minha avó materna, Dona Conceição, era conhecida pelas suas habilidades culinárias, pelo ciúme de meu avô, Carlindo, caminhoneiro que ao voltar da estrada era sumariamente submetido a testes de fidelidade dignas de um celibatário, do tipo sentar em bacias ou banheiras para ver se os testículos boiavam (vazios) ou não (cheios). Coisa de família de doido, como a minha é.
A véia, ou Iaiá, como chamavamos-na, era uma sábia com hipercolerestomia, já que só acreditava em óleo Mazola de lata, mateiga aviação e azeite doce português, o mais conhecido azeite de oliva. Como alguns de vocês sabem, minhas memórias são estomacais-afetivas-gustativas, então, me recordo com água na boca do talharim com camarão seco, do lombo recheado e do doce de caju de minha avó.
Assim, ao receber o convite de meu estimado Eduardo Coutinho para ir conhecer o seu novo restaurante no Shopping Barra, o Azeite Doce, só lembrava de minha vó. Fui com uma ternura sem fim experimentar as comidas orgânicas de lá, já sabendo que Iaiá, com certeza, tacaria Mazola em cima de tudo....risos.
Gente, que lugar adorável!! Quando a gente fala em comida natural, orgânica, etc, a primeira coisa que vem à cabeça é algo entre comida-de-hospita-vegetebas-hippies-ecochatos. O Azeite Doce vai fazer você mandar essa image às favas, de feijão orgânico, claro!,  literalmente.
A comida é linda, daquelas que lhe seduzem na primeira rodada do buffet, D-E-L-I-C-I-O-S-A e muito saudável. Como Dalila anda correndo a meia maratona ao redor do meu intestino, amei o lugar.
Primeiro, uma salada com frutas orgânicas de cair o queixo:
Sim, isso é uma goiaba!!!!! que com caqui, pepino e afins estava derretendo na boca. Gente, muitooooo boa! E olha que todos sabem que não sou fã de verdinhos. Além dessa salada, meu prato foi abrigando tudo que me chamava a atenção e, como todas as minhas idas à restaurantes por peso, ficou uma belezura:

TUDO muito bom!! Um frango à kiev assado tão crocante quanto, um pastel de massa japonesa recheado de ricota delicioso, assim como essa quiche de cebola, o rocambole de ementhal, as batatinhas assadas no açafrão e o bolinho de bacalhau. Ah, e, claro, a idéia de comer saudável para mim é igual a light, ou seja, pesa nada na consciência...kkkkkkkkkkk.
A parte mais inacreditável foi a da sobremesa! Dá uma olhada:


 Sim, isto é um strudel!! Além de orgânico, estava crocante como deve ser, bem recheado como deve ser, e pouco doce, como deve ser. Quer dizer, como Dalila acha que deve ser!! Meu amigo Lucas Pinto gentilmente cedeu os direitos à foto, garfo, pedaço.... Do lado direito, uma torta
maravilhosa de maracujá... mais leve que meu bolso em dia de pagamento. Minhas amigas Alda Rocha e Mariangela Espinheira também fora garfeadas em suas sobremesas...
E aqui do lado esquerdo abaixo, um senhor mousse de chocolate orgânico!! Quer coisa melhor pra mulher em TPM? Satisfação garantida ou seu mau humor de volta. Muito bom.
Almoço nota 10, comida nota 10. Ainda mais na companhia de pessoas fantásticas, que resenham só o que realmente interessa na vida: a dos outros.. risos.... Valendo da máxima o que é bom custa caro, o quilograma é pra lá da casa dos R$ 50,00, mas vale cada centavinho do seu dinheiro!
Dudu, parabéns! Adorei a casa! Já voltei lá para almoçar com mamis, e chegamos à conclusão que Azeite Doce é para comer com ternura mesmo.

MEA CULPA MEA MAXIMA CULPA

Não sei se meus leitores me perdoarão, mas tinha de pedir aqui PUBLICAMENTE desculpas pela ausência de postagens no blog.
Vários problemas pessoais (filhão precisando da mamãe aqui); profissionais (meu escritório de advocacia precisa fazer dinheiro, né gente? afinal eu sou meu sponsor nas investidas gastronomicas) e de saúde (dietas para controlar açúcar e diminuir o peso foram - e são - necessárias) interferiram na vida de blogueira.
Sei que parece desculpa esfarrapada, mas não é. Até Dalila, fiel lombriga escudeira chegou a pedir o divórcio, mas voltamos às boas após algum charme inicial da verminosa.
Ontem, após receber um "você é uma mãe excelente, Fabi" do pediatra de Nando, um prece da minha mãe: "isso tudo vai passar"; um "eu te amo" do maridão, e uma promessa de conhecer o MAGO-DEUS das panelas ALEX ATALA ("quando você estiver em São Paulo me fale", de um familiar dele), tinha por obrigação de retormar as palavras, o blog, enfim. Vamos segundo, vida!
Estamos voltando à ativa!!
Beijos!