segunda-feira, 31 de maio de 2010

Balzacas do Barulho ou Noite das Meninas.

Como toda mulher Bombril (mil e uma utilidades) deste milênio, esta blogueira que vos escreve se deu um dia de alforria da rotina: profissional liberal-esposa-mãe-e pau para toda obra, para, em arroubo digno de Isaura, ir conhecer a MME. Champanharia.

Obviamente que escravo quando foge, não vai sozinho, né? É claro que a alforria levou parte do Quilombo da UCSal 98.1, isto é, fiéis amigas de faculdade, que foram conferir, in loco, os prazeres de uma saidinha sem compromisso com horário, com o bebê, com o marido, com o relógio, ou seja, com ninguém!.

Em Salvador, acabamos descobrindo lugares novos em meio ao chaótico trânsito desta província, que me criou inúmeros passatempos, como ler o nome das ruas, os outdoors novos, e, claro, identificar restaurantes e barzinhos novos pela cidade.

Assim foi que descobri a MME. Champanharia, aberta há pouco tempo, ali no Red River, quase em frente ao Twist Pub e a Maranello pizzaria, ou seja, naquela ruazinha que na rush hour não passa nada, nem pensamento.

Sou louca por espumante. É geladinho, faz cosquinha no nariz, é um tanto quanto adocicado, glamuroso, e combina com praticamente tudo que pode sair de uma cozinha. Dalila, quando descobriu a casa e identificou o potencial etílico gourmet da coisa, passou a cantar La Vie en Rose toda vez que passávamos no Rio Vermelho. E nada melhor para celebrar uma alforria, de agendas e compromissos, de cinco Balzacas do Barulho que uma boa champa!

A casa é um sobradinho no bairro mais boêmio da cidade, com uma decoração meio noir, meio retrô, mas diferentinha, com lustres feitos de garrafas de champa, coloridos sofás e cadeiras, e bancos longos de madeira, no térreo. E no mezanino, mais algumas mesinhas igualmente fashion-descoladas-coloridas.  

A carta dos espumantes é muitoooooooo bacana, indo do nacional à legítima Veuve Cliquot. A maioria dos rótulos tem opção em taça e os preços das garrafas não são absurdamente mais caros que em uma boa deli. Como eu e Nina chegamos cedo, batemos o olho logo na garrafa do Rosé Glamour, um espumante italiano maravilhoso, a R$ 65,00! Esse espumante é da região de Treviso, famosíssima pelas suas cavas. Mas como tínhamos de esperar as demais Isauras, ficamos nas taças de Chandon Passion, igualmente rose, e só um pouco menos delicioso...

Algumas bolinhas de champa coçando o nariz depois, eis que entram Fau, Lú e Mile, encharcadas da chuva que caía, e animadíssimas com a reunião do Quilombo, digo, das amigas, que há muito não se juntavam para papear fiadamente, ao longo de tantos mililitros de álcool.

Turma reunida, mais uma rodada de taças de Chandon, pedimos umas torradas meio bruschettas com queijo manchego, que fez Dalila tocar castanholas ao ler o cardápio, mas que deu um olé na minha amada lombriga, pois o queijinho espanhol tão delicioso ficou meio insosso no molho que cobria o pãozinho.. meio frustrante, más que se hay de hacer? BEBER!!!

Num abrir de rolhas, esquecemos o queijo manchego, pois a Rosé Glamour tilintando nas taças começou – literalmente – a deixar a noite ébria o suficiente para rirmos, abrirmos os corações e compartilhar todas – eu digo todas – as experiências possíveis e imagináveis de uma mulher.... Se as rolhas falassem....


Acompanhando a bebedeira alforrística, pedimos mini sanduíches de salmão defumado que vieram a contento: pão macio, fatia generosa de salmão, cream cheese na medida certa, molho tarê e de ervas (esse último não combinou muito com o peixinho não, dois sabores fortes, mas o primeiro ficou legal). Para forrar a casinha de Dalila prestou bem, mas ela não se contentaria com tão pouco.

Então, depois dos sanduichinhos, um prato que parecia um sonho: filé em cama de shitake e shimeji. D-e-l-i-c-i-o-s-o. Dalila trocou as castanholas do manchego por uma harpa e pôs peruca de anjinho. Iscas grandes de filé, macias e suculentas, com toque de pimenta verde, em cima de cogumelos salteados em azeite, com a salmoura da carne tão entrosados, mas tão entrosados, que você não sabia quem era querubim e quem era cupido. Afe! Nota 10 pro prato.

Poc! Stampido de nova rolha de Rosé melhor amiga Glamour. Obaaaaaaaaa!!! Conversa mole, conversa fiada, somos nós as bambas dessa parada, já diziam Os Sungas (Mile, pra você!) Champa para dentro, meninas, hoje a gente pode!!!

Dalila só pedindo mais comidinhas!!! Que tal um carré de cordeiro? “Ah, Fabi, pede aí você” Esse povo é doido, me entregam os estômagos. E não é que dão sorte? O que foi aquilo? Magníficos carrés de cordeiros, macios, tenros, derretendo na boca, soltando aquele caldinho temperado de carne bem feita, daqueles que a gente pega o carré e passa no prato ,só pra ver se gruda mais molho... da próxima vez que eu vir um cordeirinho, acho que vou enxergar igual ao leão do desenho Madagascar: só vou ver um carré com pernas. A batatinha que os acompanhava é que foi pouca, porém igualmente maravilhosa!

Se o assunto do papo é.. hum hum, picante, vamos de ménage a trois, um prato de três sugestões do chefe que, para a minha pudica lombriga, só empolgou a torrada de polvo e gorgonzola (que ninguém na mesa queria pedir, mas todo mundo comeu e adorou, e, eu, obviamente, nada disse kkkkkkkkkkkkkkkkkkk). O parma com o camarão não estava muito legal (esperava ou o parma ou o camarão mais firme, mas ambos estavam em tartar, ou seja, crús, e não me empolgou muito), e o terceiro, confesso, não lembro se era ceviche ou o quê.....rssssss. Melhor pedir o polvo com gorgonzola sozinho.

Caro? É. Já viu coisa boa ser barata? Só acarajé e olhe lá! Conta deu cem pila por cabeça (mas lembrem-se que bebemos garrafas de espumante, e provamos muita coisa do cardápio). Serviço? Muito bom, especialmente quando se tem manobrista, se entra molhada no restaurante, se derruba coca cola (para curar a bebedeira), e se quebra uma flutê....rssss. Comida boa? Excelente. Só o filé e o carré valem a ida. É para mulher? É e não é. Apesar de meio clube da Luluzinha, com namorado/marido/ficante é um senhor lugar para animar a vida a dois.

Vale a pena? Vale cada centavo, porque cada sorriso, cada idéia trocada, cada sacanagem falada, cada confissão feita é o que faz valer a pena todas as amizades cultivadas nessa vida. Isauras, digo, meninas, a-m-o vocês! Dia 11 vem aí! Pacto de rolha, hein?? rssssss

Beijos!

2 comentários:

  1. Amiga, perfeito!!!! Só não sei com vc lembra de tantos detalhes....kkkk.

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  2. Já disse a vocês que minha memória é "estomacal"...kkkkkkkkkkk

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