Oi Pessoal,
Eu sei, eu sei, sou enrolada e demoro a escrever. Meu povo é verão! Eu tive recesso (micro-férias) e isso ocupa demais o bom tempo dessa que vos escreve. Passei uma semana bem dificil com mammys dodói (tudo OK com D. Luiza já) e não tive tempo para fazer meus metidos-a-gourmet comentários....rs.
Enfim, estou de volta e vamos à comilança. Os indicados ao prêmio da Academia da Gula hoje são: Sophia, creperia nova no Largo da Vitória; Batô Boteco, barzinho do chefe do Soho no Largo do Rio Vermelho; Piola, pizzaria paulista-argentina-sei-lá-o- quê também no bairro de Iemanjá; e Cabana da Cely, bar ou caranguejaria, se preferirem, aqui na Barra.
O Oscar vai para: BARTÔ BOTECO!!!! S-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l ou, nas palavras do meu amigo Lucas Pinto: p... que pariu! Como lá comemos muitooooooooo, vou deixar a análise para o final.
Tem um PS no final sobre a Renard Chocolates, hein?
Vamos aos comentários das minhas meninas papilas gustativas:
1) SOPHIA - Casa despretensiosa, com jeito de point descolado, em frente a Doces Sonhos no início do Corredor da Vitória, com um ar de Mariposa.
a) Ambiente - Passando pela rua você quase não o nota, pois, no meu parco entendimento decorativo, as cores do lugar não chamam muito a atenção. A varandinha do lado de fora, contudo, é charmosa, e, cá para nós, menos barulhenta que o salão interno. Este, apesar de bem decorado, não empolga, não causa aquele frisson de: "que lindo" que eu costumo sentir. Nota 6,00.
b) Serviço - Meio lento no começo, decolou do meio da refeição para o final. Nota 6,00 (hoje estou muito mediana, não acham?)
c) COMIDA - Vamos por partes, como diria Jack, o estripador:
Eu e o meu DD. Marido empolgamos com a descrição dos stick rolls (algo parecido com rolinho do chinês, mas com recheio diferente, sacaram?). Então pedimos um que prometia: frango defumado com purê de banana da terra ao molho de gengibre.
Cheguei a babar pensando na coisa. Nunca mais prometo nada às minhas papilas, elas vão me processar um dia. Decepção. Tudo aquilo que prometia encantar, não decolou.
A impressão que tive foi que o chef tentou amenizar os sabores marcantes do frango defumado, do gengibre e da banana, e pegou leve em todos. Resultado: nenhum deles impressiona ou sobressai. Não gostei. Nota: 3,00 (porque tava com fome).
Depois do arraso do stick roll, confesso, fiquei com medo de inovar no crepe. Então pedimos duas coisas simplérrimas: frango com catupiry e filet au poivre. Só então a noite começou a decolar!
Massa muito boa, crocante, nem um pouco elástica, recheio no ponto (especialmente o poivre, que o povo insiste em entupir os molhos de pimenta, quando na verdade a idéia da coisa não é assim absurda! e olhe que amo pimenta). Nota 9,00 (ainda pensando no stick roll...rs)
Realizados com os crepes, partimos para uma tortinha Búlgara básica. Meninos, eu vi! Lembrei de Juca Pirama quando me dei conta de que precisava de uma lupa para enxergar os minúsculos pedacinhos de Búlgara que chegaram à mesa!! Me senti numa montanha russa gustativa-estomacal que desce e sobe muito rápido!
Muito pequena, até os dentes reclamaram que não sobrou nada entre eles! Nota 5,00, porque apesar de pequena, estava gostosa.
Enfim, entres mortos e feridos, salvaram-se os crepes!
Só volto lá se Dalila, minha lombriga, insistir muito em comer, especificamente, crepe de filet au poivre.
2) PIOLA - Qualquer coisa dentro de uma pirâmide de aço e vidro já me chamaria a atenção. Qualquer coisa que sirva comida dentro de uma pirâmide de aço e vidro, e perto da academia de onde saio sempre com fome, não me chama a atenção, BERRA comigo, isso sim.
A casa é uma franquia que tem lojas em vários cantos e com seu jeito moderninho é muito divertida, com música alta, garçons e garçonetes bonitos e diferentes (tinha uma menina com um cabelo igual a de Vampira, do X-Men, achei massa aquilo!!!).
a) Ambiente - descolado, colorido, meio asséptico, alguns diriam, com música alta (não insuportável, mas no dia que fui quase saí dançando uns reggaes jamaicanos que tocavam). Ar condicionado forte para as friorentas de plantão. Vi um lugar bacana, com gente jovem e bacana tabalhando, e frenquentado por gente bonita. Nota 8,00 (vai que tem gente que não gosta de reggae???)
b) Serviço - Nota 100000. Manobristas educados, agéis e simpáticos. Garçons idem, e a pizza, gente, sai mais rápido que um sanduba do Mc! EU AMEI.
c) COMIDA - Aviso aos navegantes: quem não gosta de massa fina, nem vá. Para um dos incentivadores do blog Dicas da Fabi, Dr. Sérgio: pode levar a criançada. A pizza não leva leite na fabricação.
Depois do choque incial de receber a redonda em 5 minutos, só fiz uma coisa: me deleitar com a pizza mezzo capricciosa (cujos camarões precisavam ser cortados e a rúcula estava fresquinha) e mezzo esqueci o nome, mas era de gorgonzola com salminho picante, sabores que eu viria a descobrir depois, terem sido pedidos pela minha cumadre Flávia naquela mesma semana. O mundo é uma papila só....rs.
NOTA 10. Massa boa, recheio generoso, sabor excelente. Recomendo.
P.S - Não é absurdamente cara, hein? R$ 44,00 a redonda grande mais cara que vi lá.
P.S 2 - Não comi sobremesa lá, pois meu marido havia prometido chocolates da Renard, que aquela altura estava fechada e eu tive de me contentar com o sorvete de Diamante Negro que tinha no congelador lá de casa.
3) CABANA DA CELY BARRA - Boteco ou caranguejaria (acho que essa nova categoria deve ser incluída na Veja!) já conhecido de todos aqueles que adoram um martelinho e uma chupadinha (olhem as cabeças sujas, hein) naquele bicho horroroso, mas delicioso (vocês estão demais) que é o carangueijo (guejo ou gueijo, nunca gravo, whatever), com certeza aprovaram a instalação dessa unidade aqui na Barra, porque quem, como a tatú aqui, mora pras bandas de cá, não se animavam muito em ir até Piatã só para comer um bom crustáceo. Detalhe, fomos lá (eu, Guto, Alda, Lucas e Cila, companheiros de comilança) apresentar o caranguejo a um amigo Londrino que passa meses meio sabáticos aqui, Dave.
a) Ambiente - é um botecão, gente, então é mesa na rua, cerveja gelada, e barulho, muito barulho. Não sentem na parte interna, se quiserem conversar. A zoada de martelinhos, copos, risadas, papos, garçons e afins não permitem dizer um "ai" sequer... Lá fora me parece mais tranquilo, e ainda dá para ouvir o sambinha que sempre rola no Habeas Copus, na frente. Nota 3,00, porque Lucas Pinto, companheiro de copo e eu não conseguíamos trocar uma idéia com um convidado inglês que estava conosco e se entupia de paste...rs.
b) Serviço - Para um boteco, numa sexta-feira de verão, LOTADO até dizer chega, com espera pra mesa, o serviço estava além das expectativas baianas (lerdeza, esquecimento, trocas e, depois, sorriso, para compensar tudo). Funcionou, não atrasou, não erraram a conta e os pedidos não demoraram. Nota 8,00 (ainda pelo barulho...rs).
c) COMIDA - Fantásticos pastéis de camarão, siri e carne (eu sei, eu sei, o de camarão ninguém faz igual ao do Beach Stop, mas olhe, tava delicioso esse, viu?); caranguejos grandes, carnudos e com sabor, acompanhados de um pirão típico, nada muito diferente, mas gostoso. Tudo isso regado a muita pimenta, porque o molho lambão da Cely é o melhor de Salvador, porque leva leite de coco!! Delicia! As lambretas, para quem conhece Don Papito, não empolgaram, porque estavam miúdas, mas o caldinho e as cebolas estavam bons, é verdade.
Resumo da ópera: mora por aqui? gosta de comer tranqueira de praia? ama caranguejo? Vá para Cely. Vale a pena. Nota 9,00 (pelos pastéis, né povo? comparar com as lambretas gigantes de Papito é sacanagem). Conta para seis ficou em R$ 27,00 para cada, com inúmeras cervejas.
4) BARTÔ BOTECO - Para os desavisados, o Largo da Mariquita no Rio Vermelho só serve para comer a acarajé de Cira e tomar suco no 24hs. Mas há algo novo no ar, e nós fomos conferir.
Como alguns de vocês sabem, Bartô é empresário, chef conhecido do Soho, e alguém que me faz dar boas risadas sempre que eu o encontro. Passamos os últimos meses nos vendo com frequência e ele só falava desse bendito lugar que iria abrir.
Um dia, quase hora do almoço, eu fui torturada por ele ao descrever um escondidinho de bacalhau. Fiquei com o sabor na boca, e fui comer feijão em casa... sacanagem, não é?
Resumo da ópera, ele abriu, finalmente, o Boteco, na última sexta-feira, dia 11/01. E no sábado, passei lá, acompanhada de um quarteto de estômagos formado por Alda, Lucas, Priscila e Guto (o DD. Marido), na verdade quatro dragas ambulantes, que, tirando a barriga de chope de meu esposo, são magros de ruim ou então, nas minhas costas, eles são bulímicos.. só pode! Eu engordo só de vê-los comer!
a) Ambiente - Para mim, excelente. Moderinho lá dentro, botecão cá fora. Mesinhas na calçada, decoração interna clean, com muita madeira e vidro (oh, gente, a garçona, como diria meu amigo australiano Scott, picou a cara no vidro da porta.... e todo mundo riu, esse povo é fogo!). Enfim, nota 10.
b) Serviço - Confesso que quando Bartô me disse que só tinha um dia de aberto, fiquei receosa de ser mal atendida, mas justamente o contrário aconteceu. O serviço foi ágil, atencioso e muito caprichoso, especialmente com a mesa que insistia em querer me derrubar. Nota 10,00.
c) COMIDA - Eu nem sei por onde começo. Mandamos descer metade do cardápio e AMAMOS TUDO.
Primeiro, Bartô mandou um par de pratos com anéis de lula e camarões empanados, acompanhados de farofa de banana com alho poró (que eu amo). Gente, o que era aquilo??? Não, eu tenho de detalhar isso: o empanado era sequinho, crocantérrimo, quente, macio, parecia ter sido empanado em flocos milimetricamente perfeitos e arrendondados. P.Q.P Futebol Clube!!! E a farofinha?? Putz... fantástico.
Depois desse primeiro deleite, chegou à mesa o tal escondidinho de bacalhau e um de carne. Até Priscila que não é fá de peixe, comeu e aprovou. Eu fiquei horrorizada de tão delicioso.
Primeiro, o bacalhau não era um saithe desses amarelos do Bompreço, era alto, em lascas grandes, passados, se não me falhem as papilas, em manteiga pura e alho, envolvidos em purê de aimpim, macio, encorpado e saboroso.
Olhem se cozinha é dom ou química, quem fez aquilo foi abençoado por Deus e pode fazer uma boma atômica! Os amigos íntimos sabem que minha escala de sabor, depois do excelente, é: indecente, do caralh.... e puta que pariu. Esse escondinho está no último nível.
Ah, e claro que eu tinha de provar o de carne, não é? Senão não seria eu! Esqueçam aqueles purês moles de aimpim, com carne cheia de nervo e um monte de calabresa que a gente come por aí chamando de escondidinho. O que eu comi em Bartô era algo digno de uma deusa!
Primeiro, aquilo lá devia ser bife de Kobe (aquela carne japonesa do boi que fica suspenso para não ter músculo e custa uma fortuna, sabem?) de sol, porque não tinha um nervinho!!!
Macio e delicioso, não engana! não tem calabresinha e um monte de cebola não, cumpre o que promete.
Enfim, extasiada com os escondidinhos (tá dando fome!). Fomos ao polvo na chapa com páprica e batata (igual ao do Soho, só quem em porção menor). Se você gosta de polvo, se você gosta de coisa picante, e de batata: COMA. Excelente.
O do Soho ainda é imbatível, mas o do Boteco, para um barzinho, está mais do que bom. São três pernas grossas de polvo, temperadas com páprica picante, assadas na chapa, com batatinhas também na chapa, cobertas de cebolinhas... delicia! Provem já.
No meio da comilança, comentei com o pessoal como Salvador é carente de bares, botecos de boa qualidade que consigam manter o bom serviço, o bom chopp, e lembrei dos bares e botecos que conheço em Belo Horizonte, como o Albano´s, onde você ao sentar, o garçom decora sua preferência do colarinho do chopp e, mal termina um, ele já repõe outro.
Daí lembrei que no Albano´s existe o melhor filet ao molho de gorgonzola que existe na face da terra tupiniquim.
Enquanto isso, pedi ao garçom o cardápio para ver o que mais a gente ia querer. Quando, para meu êxtase, surpresa e alegria de Dalila, minha lombriga, avistei as palavras mágicas: Filet ao Gorgonzola.
Todos na mesa nessa hora se emocionaram, as lágrimas vieram aos olhos, a baba à boca, e nos sentimos, de alguma forma, tocados pelo milagre dos deuses da cozinha!!!!! é claro que pedimos!!! Aquilo era um sinal!
E não é que o filet estava DIVINO???? O universo conspirou para aquela refeição perfeita!...rs. Comemos, literalmente, rezando!!!!
Preciso fazer uma observação básica: O CHOPP É DE CANECA DE VIDRO!!!!! ou seja, pega-se pela alça, não esquenta, é bem tirado e estava geladérrimo... caiu feito uma luvinha.
Bom, entupidos de comida, algumas gramas (os secos que me acompanharam) ou quilos mais gorda (no meu caso quilos sem culpa, obviamente), decidi ir para a sobremesa.
Eu, sinceramente, queria saber o porquê das pessoas dizerem que não querem sobremesa, mas sempre futucarem a minha? Deve haver uma razão endocrino-freudiana para tanto!
Bom, ao ver que tinha Búlgara (sim, eu sou fã) no cardápio, pedi duas para que os demais componentes da mesa apreciassem. Contudo, todavia, porém, os secos tiraram onda com minha cara e disseram que eu estava exagerando.
Resultado, os secos, ao provarem a delícia, devoraram a minha sobremesa, que era só minha! E eu fui obrigada a guerrear com colher por nacos de chocolate macios por dentro e crocantes por fora, envoltos por creme de leite, com os demais gladiadores de sobremesa! Um acinte!!!
Resultado, os secos, ao provarem a delícia, devoraram a minha sobremesa, que era só minha! E eu fui obrigada a guerrear com colher por nacos de chocolate macios por dentro e crocantes por fora, envoltos por creme de leite, com os demais gladiadores de sobremesa! Um acinte!!!
Enfim, Nota 10 para Bartô, equipe, chopp, lugar e comida. Recomendadíssimo! Comentário financeiro: Só para terem uma idéia, a Búlgara no Soho custa R$ 12 ou R$ 14,00, não lembro agora, e no Bartô custa R$ 6,00. O filet foi R$ 17,90. Em resumo, comemos muitooooo e bem, bebemos 12 ou 13 chopps e a conta deu R$ 31,00 para cada (éramos seis). Eu achei baratérrimo!!!!
P.S - Sou fã de chocolates suíços e belgas. Pedi, acintosamente, a meu sogro, a caixa de trufas belgas com café que ele ganhou de Natal (só um louco dá chocolate a um diabético), e só dei uma a minha sogra e uma a meu marido...rs. O resto era meu!... deliciosas, por sinal.
Bom, fui a Renard Chocolates (www.renardchocolates.com) para comer trufinhas Godiva, que amo e tomar chocolate quente ou gelado da Godiva, também. Gente, vão lá. Até aquele dia eu e D. Luiza adorávamos o chocolate quente da Belle´s. Isso é passado. O chocolate quente da Renard (sem saborizante, por favor, para não tirar o gosto do cacau) é algo divino! Espesso, meio amargo, e puro sabor do cacau. Fantástico. O gelado, então, outra delícia! Parece um milk-shake!!! Amamos. Minha mãe e eu provamos ainda a quiche de tomate seco (muito boa) e o folhado de camarão (fraquinho). E comemos bombons pralinée e trufados. Para quem não conhece, a casa fica na Rua da Flórida, na Graça. (na rua do Shiro, a de dentro, não a principal, e quase em frente ao mesmo). Vale a pena!!!
P.S 2 - Os lanches não são caros, mas as iguarias Godiva são caras, aviso logo. A caixa de bombons tipo tubetes é maravilhosa!!! Né, amor?
Um beijo para todos!
Fabi
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