sexta-feira, 23 de abril de 2010

O Porquinho de Ramos

Eu sei, eu sei, se a Semana Santa se foi há tempos, imagine o Domingo de Ramos. Mas comida para mim é sagrada, e não poderia ter outro título esse texto.
Sexta feira passada, voltamos, eu, DD. Marido e Dalila, inseparável lombriga, ao Casa Lisboa, uma casa portuguesa com certeza, a convite do casal cliente-amigo-paciente, literalmente, Paulo e Graça Paternostro.
Depois de um sem números de marca-desmarca, por conta dessa louca vida, finalmente conseguimos sair com nossos amigos para degustar tcham-nam-nam??? UM PORQUINHO!!! Meu sogro vai me matar quando ler isso e descobrir que fui provar o leitão das gordurinhas de ouro sem levá-lo. Sorry!
Lembram-se da primeira ida à Casa Lisboa? Eu grávida, Dalila e Nando brigando na barriga, e o leitãozinho de encomenda? Pois é, foi esse porquinho que fomos, yummmmmmmmi, degustar.
Se você é vegeteba, está dieta, é do Greenpeace ou coisa que o valha, nem continue a ler. Cenas fortes serão descritas a seguir. Porém se você se acha um Anthony Bourdain dos trópicos, siga-me.
Chegamos à Casa Lisboa – como sempre impecável, do manobrista aos garçons – encontramos com o casal Paternostro e ainda tivemos a agradabilíssima companhia de Genival, primo de Paulo, e Da Ajuda, sua encantadora esposa, que entraram de companheiros de mesa, mas saíram devedores: me devem uma costela no bafo, um cozido e uma fatada! Tadinhos! Que prejuízo!
Lugar excelente, companhia 100%, vamos à COMIDA! Que é o que nos interessa.
Dalila, ficou toda ouriçada com várias inovações no cardápio (vou ter de voltar lá), especialmente com a descrição de um prato de sardinhas portuguesas, assadas com sal e acompanhadas de batatas e azeite, à moda do Douro ou Alentejo, salvo engano. Deu chuveiro na boca!!! E já seduzidas pela descrição da sardinha, começamos os trabalhos pela maravilhosa entrada de sardinha com Parma e molho de tomate no pão. Continua indefectível! O Parma assa, fica crocante por fora, abraça a sardinha num “vem neném” que misturado ao molho de tomate derretendo na boca faz valer cada garfada. Eh, lá em casa! Afe! Delicia!
Paulo pediu um queijinho brie morninho, sabem? Quentinho por fora, molinho por dentro, derretendo na boca, acompanhado de uma espécie de vinagrete caramelizada, que quando você mordia ia misturando o doce com o salgado, quase pornográfico de tão bom! Peçam, meu estômago e minha lombriga recomendam.
Depois das entradinhas, eis que surge no horizonte, a visão do paraíso do colesterol: o porquinho de ramos. Uma tábua de madeira, com leitãozinho deitado em berço esplêndido, ao som do afiar das facas e à luz do vinho profundo, fulguraram batatinhas fritas estilo chips com salada verde a iluminar o Novo Mundo!! Só um hino poderia descrever aquilo!
Vitor, maitre da casa, gentilmente, corta em pedaços estrategicamente divididos, para que cada um de nós prove a gordurinha (falei que não era para ler), a carne (um pouco sem sal, ao ver de todos comensais, é verdade) que simplesmente desmanchava pelo garfo e pela boca, e, claro, a pele do leitão, que não era à pururuca, mas, sabe-se lá Deus como, era crocante e vitrificada, como se tivesse sido caramelizada. I-r-r-e-s-i-s-t-i-v-e-l. Fantástico! Palmas para o Porquinho de Ramos (de alecrim, que davam perfume e aroma ímpar à carne do bichinho). Pensem numa foca com a bola no nariz e batendo palma? Pronto, era eu comendo o leitãozinho. (Sogrão, desculpa, mas não deu pra lhe esperar). Confesso que, como jantar,  há quem possa achar pesado . Como eu estava com meu personal gastro à mesa,  nem me preocupei com os omeprazol de depois...rsss. Comi, repeti e lambi os beiços, como diria minha vó Conceição. Nota 1000 pro porquinho de ramos.
Não me mandem à Roma para não ver o Papa, né gente? Pasteizinhos de Belém de sobremesa, clarooooooooooooo! Acompanhados de uma dose de Peach Tree e um expresso bem tirado, com petit four doce no pratinho. 
Não me perguntem o preço, pois o louco do Paulo não deixou a gente sequer ver a conta!!! 
Se morresse ali, diria: 
- São Pedro, abra as portas, já sei que estou no paraíso, chama o Anthony que tenho uma nova para contar pra ele e põe uma gelada aí, pra gente papear.
Beijocas!

P.S – O porquinho varia de peso, mas serve fácil de 06 a 08 pessoas, tem de ser pedido com antecedência de 48hs, mas vale cada centavo.
P.S 2 - Vítor, minha mãe amou o doce de Figo! Obrigada!

domingo, 11 de abril de 2010

O fim da abstinência ou A Pagadora de Promessa!

Estou de volta. Estava em crise. Dalila e eu tivemos várias DR´s ate eu resolver escrever novamente. Tudo por conta da promessa do chocolate. E para evitar o divórcio com minha lombriga querida, jurei para ela que não farei mais promessas envolvendo deixar de comer o ouro negro.
Cumpri minha promessa inteirinha. 7 longuissimos e infindáveis meses sem por nem Nescau (que cheirava tal qual abstêmica de cocaína) na boca. Dalila quase morreu, mas cumpri, paguei minha dívida com Nossa Senhora. DD. Marido está bem e eu vou contar para vocês como foi o dia do fim da promessa.
Primeiro ano do meu primogênito. Café da manhã: uma caixa de Lindt bolinhas (estrategicamente tirada da geladeira por Guto - ele sabe que as bolinhas só prestam em temperatura ambiente - derretendo e explodindo na boca).
Eu, sinceramente, naquela manhã consegui entender porque tem mulher que diz que troca sexo por chocolate. P-e-r-f-e-i-t-a-m-e-n-t-e compreensível. Minhas papilas gustativas tiveram vários OMS (orgamos, multiplos e sucessivos, na definição de minha amiga Luciana).
Não sei se vocês conhecem as bolinhas da Lindt. São as Lindor, no caso a versão assorted, que são maravilhosas. Chocolate suíço, ao leite, branco ou meio amargo, que ao por na boca, simplesmente explode, delicadamente, liberando uma espécie de ganache (meio mousse, meio calda) e invade os dentes, o cérebro e dá barato legal.
Somadas à caixa do Lindor, meu sogro, que vinha para festa, me deu de presente, um ovo de páscoa, tam-nam-nam? Ferrero Rocher! Só bolinha!!!!!!
Até Nando caiu matando naquela embalagem douradinha, na forminha marrom, crocante, que faz crec-crec-crec na mordida, tem aquela ganache deliciosa de avelã e uma avelãzinha inteira dentro, que vai misturando e envolvendo a boca, os dentes, e afe Maria!
Resultado da orgia chocolatística da manhã: uma senhora enxaqueca, de ver raiozinho e tudo mais! E ainda nem tinha começado o aniversário!!!...rsssss
Que Dilma, que Marina, que Serra que nada, eu voto é em Willy Wonka para presidente!!!
Na minha Top Five do Chocolate, fica um pedido: quem for a Paris ou vir de lá, favor trazer qualquer coisa da La Maison du Chocolat (8, boulevard de la Madeleine, 75009):


OS MELHORES CHOCOLATES DA MINHA VIDA:

1) Godiva, sempre! barra, bombom, não importa. Godiva é Godiva;
2) La Maison du Chocolat - não há trufa igual na face da terra, nem lâminas de chocolate ao leite e amargo. Andando por Paris, vi a lojinha do sightandseeing bus. Numa das idas à Galerias Lafayette, um frio da zorra, barrigona de 7 meses pesando, e eu e DD. Marido fomos andando, andando, andando e lembro, como se fosse hoje, daquele tapete vermelho na porta, das caixinhas de french macaroons, dos bombons mais variados, da vontade de entrar após babar a vitrine, e do cheiro, nossa, me lembro perfeitamente de abrir aquela porta de vidro e ser abduzida por um inebriante cheiro de cacau, de chocolate em barra, nossaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Lembro, das trufas, servidas em bandeija de prata, completamente limpa, que derretiam na boca. E que me fizeram gastar os tubos, porque, obviamente, lembro, muito bem da salgadíssima conta de mais de 40 euros em uma caixinha de 6 macaroons e outra de pouco mais de 10 lâminas finas de amargo e ao leite que levei semanas para comer, e só dei duas a Dr. Sérgio, fiel leitor e aficcionado por chocolate, tal qual eu!
3) Lindt, 70 ou 85% cacau - é que nem expresso puro. Forte, vigoroso e amargo. Ame-o ou Devore-o. Fico com os dois. Fomos à Sydney em 2008, para um casamento indiano - maravilhoso, por sinal - e uma das coisas que descobri no primeiro dia de viagem, no bairro de Darling Harbour, foi uma Lindt Store. A visão do Paraíso era aquilo ali. Torres de Lindor, tortas, bombons de vários recheios. Todo dia queria ir à Darling para comer um chocolatinho diferente;
4) Kopenhaguen - Barra ao leite ou amarga, recheada com ganache; amargo com aroma de laranja, língua de gato - que meu irmão Ricardo fez o favor de me iniciar no vício, eis que sempre que viajava ao Rio ou a SP (há mais de 20 anos atras) trazia uma caixinha...rss. Nhá Benta de maracujá ou morango, e outras cositas mais.
5) Mamuschka/Abuela de Goye (Bariloche) e Ferrero Rocher - AMO chocolate com avelã (das nozes em geral, é quem, junto com as amendoas, fica melhor com chocolate), e Ferrero é delicioso! Sou capaz de comer um atrás do outro até acabar o estoque! E Mamuschka e Abuela são os melhores chocolates de Bariloche, sendo que a Abuela, graças a Deus, está à mão, no Salvador Shopping. Já a Mamuschka, tsc, tsc, tsc.. só digo uma coisa, em cinco dias em Bariloche, fui umas oito ou dez vezes lá.. prove o com frutilla...ai, ai.

Beijos!