Eu sei, eu sei, se a Semana Santa se foi há tempos, imagine o Domingo de Ramos. Mas comida para mim é sagrada, e não poderia ter outro título esse texto.
Sexta feira passada, voltamos, eu, DD. Marido e Dalila, inseparável lombriga, ao Casa Lisboa, uma casa portuguesa com certeza, a convite do casal cliente-amigo-paciente, literalmente, Paulo e Graça Paternostro.
Depois de um sem números de marca-desmarca, por conta dessa louca vida, finalmente conseguimos sair com nossos amigos para degustar tcham-nam-nam??? UM PORQUINHO!!! Meu sogro vai me matar quando ler isso e descobrir que fui provar o leitão das gordurinhas de ouro sem levá-lo. Sorry!
Lembram-se da primeira ida à Casa Lisboa? Eu grávida, Dalila e Nando brigando na barriga, e o leitãozinho de encomenda? Pois é, foi esse porquinho que fomos, yummmmmmmmi, degustar.
Se você é vegeteba, está dieta, é do Greenpeace ou coisa que o valha, nem continue a ler. Cenas fortes serão descritas a seguir. Porém se você se acha um Anthony Bourdain dos trópicos, siga-me.
Chegamos à Casa Lisboa – como sempre impecável, do manobrista aos garçons – encontramos com o casal Paternostro e ainda tivemos a agradabilíssima companhia de Genival, primo de Paulo, e Da Ajuda, sua encantadora esposa, que entraram de companheiros de mesa, mas saíram devedores: me devem uma costela no bafo, um cozido e uma fatada! Tadinhos! Que prejuízo!
Lugar excelente, companhia 100%, vamos à COMIDA! Que é o que nos interessa.
Dalila, ficou toda ouriçada com várias inovações no cardápio (vou ter de voltar lá), especialmente com a descrição de um prato de sardinhas portuguesas, assadas com sal e acompanhadas de batatas e azeite, à moda do Douro ou Alentejo, salvo engano. Deu chuveiro na boca!!! E já seduzidas pela descrição da sardinha, começamos os trabalhos pela maravilhosa entrada de sardinha com Parma e molho de tomate no pão. Continua indefectível! O Parma assa, fica crocante por fora, abraça a sardinha num “vem neném” que misturado ao molho de tomate derretendo na boca faz valer cada garfada. Eh, lá em casa! Afe! Delicia!
Paulo pediu um queijinho brie morninho, sabem? Quentinho por fora, molinho por dentro, derretendo na boca, acompanhado de uma espécie de vinagrete caramelizada, que quando você mordia ia misturando o doce com o salgado, quase pornográfico de tão bom! Peçam, meu estômago e minha lombriga recomendam.
Depois das entradinhas, eis que surge no horizonte, a visão do paraíso do colesterol: o porquinho de ramos. Uma tábua de madeira, com leitãozinho deitado em berço esplêndido, ao som do afiar das facas e à luz do vinho profundo, fulguraram batatinhas fritas estilo chips com salada verde a iluminar o Novo Mundo!! Só um hino poderia descrever aquilo!
Vitor, maitre da casa, gentilmente, corta em pedaços estrategicamente divididos, para que cada um de nós prove a gordurinha (falei que não era para ler), a carne (um pouco sem sal, ao ver de todos comensais, é verdade) que simplesmente desmanchava pelo garfo e pela boca, e, claro, a pele do leitão, que não era à pururuca, mas, sabe-se lá Deus como, era crocante e vitrificada, como se tivesse sido caramelizada. I-r-r-e-s-i-s-t-i-v-e-l. Fantástico! Palmas para o Porquinho de Ramos (de alecrim, que davam perfume e aroma ímpar à carne do bichinho). Pensem numa foca com a bola no nariz e batendo palma? Pronto, era eu comendo o leitãozinho. (Sogrão, desculpa, mas não deu pra lhe esperar). Confesso que, como jantar, há quem possa achar pesado . Como eu estava com meu personal gastro à mesa, nem me preocupei com os omeprazol de depois...rsss. Comi, repeti e lambi os beiços, como diria minha vó Conceição. Nota 1000 pro porquinho de ramos.
Não me mandem à Roma para não ver o Papa, né gente? Pasteizinhos de Belém de sobremesa, clarooooooooooooo! Acompanhados de uma dose de Peach Tree e um expresso bem tirado, com petit four doce no pratinho.
Não me perguntem o preço, pois o louco do Paulo não deixou a gente sequer ver a conta!!!
Se morresse ali, diria:
- São Pedro, abra as portas, já sei que estou no paraíso, chama o Anthony que tenho uma nova para contar pra ele e põe uma gelada aí, pra gente papear.
Beijocas!
P.S – O porquinho varia de peso, mas serve fácil de 06 a 08 pessoas, tem de ser pedido com antecedência de 48hs, mas vale cada centavo.