Meu cumpadre Lucas Pinto, cujo estomago me pertence, mandou a notícia da inauguração de uma cevicheria na soteropolis, a Ocho, no lugar onde funcionava o Tom do Sabor. E minha dentistra-prima-corredora-hightech Inessa, foi conferir o lugar e aprovou. O Peru tá na moda (frase de duplissimo sentido, eu sei) E o ceviche é a bola da vez. De LA a NYC pipocam cevicherias, não seria diferente aqui (não obstante Maceió, ali do lado, ter o maravilhos Wachako há anos - que embarcou na moda das cebicherias e abriu o El brujo).
Entonces, eu, DD. Marido e Dalila fomos ver qual era a de mesmo do chef Marcelo Fujita (Piola, Mariposa e Joia) que fez até o governador Jaques Wagner e a primeira-dama irem ao soft opening.
A casa tem uma decoração impecável, com dois ambientes, um mais simples, do lado de um jardim de inverno, e outro mais elaborado, que mistura livros nas prateleiras laterais com artigos e elementos do Peru, e uma atendimento muitoooo bom. Nota 10, inclusive, por ser colado com o estacionamento!
No Peru, como os peruanos, fui de pisco sour (por favor, desfaçam a careta ao ler clara de ovo na composição do drink) e estava divino!!!!!!! Tomei uns dois ou três, porque perdi a conta....rs Vale cada centavinho. Gutão ficou na cerveja mesmo (ele anda numa fase etílica de cerva que só Santo Lúpulo entende. Reclamou da falta de opções das brejas, inclusive, de alguma do país inspiração do Ocho)
Pedimos de, entrada, o menu degustação de ceviches e as vieiras com camarão gratinadas.
Esta última, confesso veio fria por dentro, e como é para comer em três garfadinhas nem dava para esquentar. Além disso, confesso, não sou fã da mistura frutos do mar com queijo, então, de fato, não me empolgou.
O trio de ceviches do menu degustação mandou melhor e fez Dalila tocar flautita peruana!! O primeiro, tradicional, perfeito na acidez, nos cubos de peixe, na quantidade de cebola rocha. Excelente, palmas para o leche de tigre. O segundo, de atum, me entusiasmou também, mais para o adocicado, surpreende depois do tradicional. O terceiro, de frutos do mar, é bom. E só. Não é divino, nem maravilhoso. É bom, gostosinho. Não sei se o paladar estava impregnado dos dois primeiros, mas achei que poderia ter mais limão ou cebola. O toque da pimenta de biquinho ajudou a não reprová-lo
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Guto saiu de casa querendo comer carne (pra variar), e eu preocupada porque em uma cevicheria a última coisa que pensei é que acharia algo legal pro meu carnívoro. Mas o cardápio, apesar de privilegiar os frutos do mar e os peixes (dãnnn, claro!, peruano, lembra?), tinha algumas opções legais para carnívoros (vou voltar pra comer o carré de cordeiro e os espetinhos peruanos). Então ele foi de filé com uma batata gratinada e eu fui de arroz com frutos do mar na wok.
Os pratos são satisfatórios em tamanho, mas meu arroz, uma decepção com cara de llama. Eu não esperava um risoto, obviamente. Esperava algo próximo do antigo arroz yakimeshi do Beni Gan, feito ali na chapa, na hora), mas meu prato estava mais para um sobronté de onté de restaurante chinês que para prato feito na hora. Os peixess estavam overcooked, então esbagaçaram, o gengibre, que deveria (no meu modesto paladar) realçar o arroz predominava e não deixava sentir o gosto de mais nada, enfim, ficou meio maçaroca mesmo, com extaos quatro camarões e poucos outros frutos do mar. Não gostei, confesso.
Em compensação, vai entender a vida, o filé de Guto estava simplesmente p-e-r-f-e-i-t-o. Selado crocante por fora, macio e suculento por dentro, sal no ponto, com um azeitinho temperado com aji panca, muito bom! E acompanhava uma bendita batata, que pelo amor de Deus!! O que era aquilo? Uma bomba de serotonina era explodida a cada garfada do bendito carboidrato! DIVINA. Terminou que DD. Marido, com pena, trocou de prato, de tanto que eu revirava os olhinhos a cada garfada do prato dele.
Na verdade, pensei que fosse encontrar mais pratos peruanos, como o ajiaco, por exemplo. Vai ver foi isso.
Vencidos os principais, vamos ao que interessa às lombrigas: A SOBREMESA! Não sei porque não segui a indicação do garçom e pedi o pudim de tapioca. Cai na velha lorota do chocolate. Desta vez, fui enganada pela descrição de uma torta crocante de chocolate que, em verdade, estava mais para muffin fofinho. Não estelionate Dalila, não prometa a ela uma coisa crocante e mande outra macia, pode ser chocolate belga, ela não aceita!!! Ela se prepara (e a mim) psicologicamente para crocância, é crocância, amigo, não é maciez! Então, nesse ponto, minha torta deixou a desejar. E, pior, o sorvete de creme estava péssimo, capelinha de coco ficaria melhor (pouco cremoso, meio aguardo, com uma essência baunilha-sol-amarela-10).
Em compensação, a sobremesa de Guto (2x0) estava pra lá de Bagdá, digo, de Lima de tão gostosa. Ele, como bom mineiro, depois da carrrrrrrrne, queria docedeleite. E achou! Dentro de uma taboca (isso mesmo, dessas que vendem na esquina), bem cocrante, um monte de doce de leite (ainda que acompanhandos do insosso sorvete de creme). Matei minha vontade de comer crocante um docinho e sai feliz, mas não satisfeita, do Ocho, que está mais para nota siete do que qualquer outra coisa.
Beijocas